A IMPORTANCIA DO MATERIAL DOURADO NO CONTEXTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO SISTEMA DECIMAL

A IMPORTANCIA DO MATERIAL DOURADO NO CONTEXTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO SISTEMA DECIMAL

[1]Adriana Machado Batista
[2]Ernesto Backes Junior


Resumo: Este artigo tem como objetivo de discussão a importância de se utilizar do material dourado no ensino da matemática nos anos iniciais. Este trabalho apresenta uma breve biografia de Maria Montessori, medica italiana, também pedagoga que se dedicou a educação e renovou o ensino, desenvolvendo mundialmente o método Montessori, que estimulava a capacidade de resposta da criança com a intervenção do material dourado.


Palavras chave: material dourado, matemática, aprendizagem, lúdico.


Introdução


O presente artigo tem como objetivo demonstrar a utilização do material dourado de Montessori nos anos iniciais, proporcionando ao aluno a construção do conhecimento, partindo do rela e do lúdico. O material dourado é de grande importância para trabalhar as necessidades individuais de cada aluno tendo em vista a idade e o estagio de desenvolvimento que o mesmo se encontra.
Para compreender a importância do uso do material dourado no processo de ensino aprendizagem, buscamos por meio deste trabalho entender e explicar como ocorreu seu desenvolvimento e os modos que o mesmo pode ser trabalhado nas series iniciais no ensino do sistema decimal.


[1]Graduando em pedagogia pela Faculdade do Norte Pioneiro/FANORPI/UNIESPE. E-mail: adrianamachado-jac@hotmail.com
[2] Graduando em pedagogia pela Faculdade do Norte Pioneiro/FANORPI/UNIESPE. E-mail: Junior_backes@hotmail.com
Maria Montessori nasceu na Itália no ano de 1870, na cidade de Chiaravalle, foi à primeira mulher a se formar em medicina em 1896, na universidade de Roma. No ano seguinte seguindo seus impulsos decidiu-estudar as crianças com deficiências mentais e cognitivas, constatando que as dificuldades das mesmas eram pedagógicas, voltando seus estudos à psicologia experimental, com o intuito aprimorar seus conhecimentos e contribuir para o desenvolvimento cognitivo de seus pacientes.
Com as experiências de vários profissionais da época que se dedicavam ao ensino de crianças com metodologias e praticas que iam além das convenções sociais desenvolvendo uma metodologia aprofundada. Fundou-se a primeira “Casa de Bambini” em 1907 atendendo crianças sem necessidades especiais.
Assim como o processo de construção, principio essencial para a atividade do aluno “atividade real” em situações docentes que priorizam:
·                    A experiência do educando.
·                    A troca de informação entre estudantes.
·                    A troca de informação entre docentese discentes.
·                    O professor como mediador entre os conhecimentos e desenvolvimento.
Importante ressaltar que as etapas são significativas na metodologia da escola Montessoriana,com a sua criação que ocorrem de maneira interessante no processo de ensino aprendizagem, sendo em toda etapa a posição pedagógica e não em determinados instantes.
O método Montessori foi um dos primeiros métodos importantes quanto a criação e aplicação com o objetivo nas atividades motoras e sensoriais na área da educação, mesmo considerando que o método surgiu na educação dê crianças com necessidades especiais. É uma técnica de ensino individual com caráter social, uma vez que as crianças em conjunto devem interagir com o ambiente escolar. O material dourado é voltado ao estimulo sensorial e intelectual.
Segundo Montessori (apud MACHADO1986, p. 80) “Educar é liberar o potencial da criança para que ela se autodesenvolva”, desse modo é importante ressaltar que esse autodesenvolvimento não ocorre sozinho, mas é conduzido pelo professor que orienta e atua para que o mesmo aconteça de forma coerente.
Após esse procedimento de ensino expandiram-se com êxito as escolas que trabalhavam com o material e o método de Montessori, respeitando assim o estágio de desenvolvimento a partir da faixa etária de cada estudante.
1.    Sensório Motor (0-2anos) - Fase das ações concretas; início do desenvolvimento das coordenações e relações de ordenações; coordenar os esquemas de compreensão como visão ou audição, fala ou paladar ou tudo de uma só vez, diferenciação entre o próprio corpo e os objetos.
2.    Estágio Pré-operatório (2-6,7 anos)-Há uma grande transformação na qualidade de pensamento em relação o pensamento deixa de ser ligado ao seu ambiente, sensorial imediato em virtude do desenvolvimento dacapacidade simbólico mental, imagens ou palavras que representa coisas, pessoas que não estão presentes.
3.    Estágio operatório concreto (6-7, 11-12 anos) - Fase da capacidade de compreensão analise da situação num todo noções de classificação, agrupamento, realização de atividades concretas deixando de lado a abstração.
4.    Estágio das operações formais (11-12 vida adulta). O pensamento formal, fase que começam a compreender situações abstratas, capaz de deduzir as conclusões de pura hipótese e não somente através de observação real.

O material didático criado por Montessori tem papel importante no seu trabalho educativo onde se compreendem as coisas a partir delas mesmas, com finalidade de estimular e desenvolver na criança, um interesse de manifestar o trabalho espontâneo e claro. Os materiais didáticos de Montessori se classificam em cinco áreas diferentes de atuação:

·                    Destinado à educação sensorial.
·                    Destinado para atividades da vida cotidiana.
·                    Destinado ao ensino de linguagem.
·                    Destinado ao ensino de matemática.
·                    Destinado ao ensino de ciências.

Cada uma dessas áreas de atuação está relacionadaa educação sensorial de matemática, entra por consequência na linguagem, encontra-se um material que é muito importante para o ensino da numeração e a iniciação da aritmética com os alunos :O material Dourado:


O material sensorial é construído por uma serie de objetos agrupados segundo uma determinada qualidade dos corpos, tais como cor, forma, dimensão, som, grau de aspereza, peso, temperatura, etc.(kishimoto,2000.p.103).


Montessori percebeu que se desenvolvesse o material dourado, ficaria bem mais fácil para resolver as contas, ela observava as crianças a realizar as operações da maneira mais difícil, mais tarde para simplificar o seu método, o objetivo era aprimorar o seu instrumento didático, melhorando as noções imprecisas de algumas potencias e radicais.
O modelo original do material teve que ser modificado transformando-se para a aparência que conhecemos atualmente: confeccionado em madeira dourada e mais recente com material emborrachado, tornando-se mais fácil e leve para se manusear com peças com formato quadrado.

Figura.1[3]
[3] Material dourado em madeira.

Figura.2[4]

  [4] Material dourado emborrachado.

Para fixar o sistema decimal, o material dourado tem por características a cor dourada (referindo-se a cor da madeiraem que os primeiros materiais que foram confeccionados), com divisões por pequenas partes ou “contas”, as menores representam a unidade, dez unidades representam a barrinha de dezenas dez barrinhas da dezena agrupada representam a plaquinha da centena agrupada equivalem ao cubo de milhar.
Assim a repetição de exercícios com o material dourado é necessária, para que o aluno exercite e aprimore a sua atenção e o desenvolvimento, onde envolva mais com a didática e assimile em maior quantidade o objetivo que o exercício propõe. Com base nessa repetição se aflora algo de grande importância que Maria Montessori considera a “Pedra de Toque” da proposta: a observação por parte do professor, que tem a importante papel da mediação através de resultados obtidos pelo aluno, adquirindo parao seu crescimento; ou por parte própria do aluno que identifica a sua capacidade de analise e de síntese para construção de conceitos.

       É de extrema importância que o aluno tenha seu primeiro contato com o material dourado, e que o faça de forma lúdica explorando-o de maneirasimples e livre, verificando, reconhecendo, explorando novas hipóteses e conhecimento individual para suas possibilidades com a exploração-experimentação, a criança pode perceber a atribuir livremente nomes as peças do material, gerando uma maneira particular de relação com elas, e a própria metodologia de resolução. Para que a criança tenha o conhecimento e o raciocínio para facilitar a aprendizagem dos algarismos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.
O professor conduz o aluno para que faça a assimilação dos termos e conceitos. Lembrando que tudo ocorre há seu tempo. Dessa forma irá construindo conhecimentos que o levam a “perceber” a convenção da linguagem matemática e sua extrema importância para aprendizagem do conteúdo escolar.
Baseando-se nas regras do sistema de numeração o material dourado serve como ferramenta de acesso para a aprendizagem das quatro operações matemáticas fundamentais.
Dessa forma o material dourado pode desenvolver muitas habilidades tais como:
·                    Desenvolve na criança a independência e gerar experiências, confiança, concentração coordenação e as ideias de ordem.
·                    Desenvolver e gerar experiências concretas estruturadas para conduzir o aluno, gradualmente para que desenvolva cada vez mais o seu conhecimento.
·                    Fazer com queo aluno perceba por si próprio, possíveis erros que comete ao realizar uma determinada ação com o material.
·                    Trabalhar e desenvolver o aspecto sensorial, a disciplina interna, a atenção e a memória dos alunos em quanto realizam as atividades propostas.
O material dourado possui regras do nosso sistema de numeração:

- 1 cubinho representa uma unidade;
- 1 barra representa a dezena;
- 1 placa representa a centena;
- 1 bloco representa o milhar;

Decompondo cada componente do material, pode-se observar:

-10 cubinhos da unidade correspondem a uma (1) barra de dezena;
- 10 barras de dezena correspondem a uma (1) placa de centena;
- 10 placas de centena correspondem a uma (1) placa de milhar;

O aluno poderá efetuar diversos e possíveis cálculos matemáticos através da transição do modelo aritméticos para a atividade concreta criando situações a noção do sistema decimal, tornando os pontos de partida para a construção do conhecimento matemático que a criança desenvolvera com o passar do tempo.
Para que fique bem mais claro o uso do material dourado é imprescindível o conhecimento metodológico do professor. Freire (1998, p.25), explica que; “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção”.
Kishimoto (2000) define que com a aquisição do conhecimento físico, a criança terá elementos para estabelecer seu raciocínio lógicomatemático, mostra que a criança como construtora em processo de sua cognição.


Considerações finais


Nesse texto entende-se que o material dourado, criado no século passado por Maria Montessori para estimular o aluno a se concentrar, e desenvolver o interesse pela matemática, permitindo as relações entre situações e conceitos, desenvolvendo o pensamento operatório concreto levando a construção da lógica que desafia os alunos através das atividades que possibilitam serem exercitadas. Em meio a tantas competências, o material dourado modela o espírito de competitividade e motivação que os jogos proporcionam aos aprendizes, aprender brincando e brincar aprendendo.
É importante ressaltar que o papel do professor é de orientador dos métodos didáticos, para se esticar e provocar desequilíbrio cognitivo, propositor e mediador. O decente é a força majoritária para o avanço das aquisições pelos alunos. Na escola, a relação de ensino e aprendizagem, o material dourado proporciona as condições na sala de aula um espaço de produção e construção do conhecimento pelo aluno.
Como foi apresentado nesse artigo, o material dourado contem grande valor pedagógico e sem sombra de duvidas atende os alunos com perfeita competência e desenvolvimento através de atividades em sala de aula. Desde bem planejadas pelo professor e bem explorados pelos alunos, tem o poder de explorar a construção processual e progressiva do conhecimento para simplificar o ensino do sistema decimal.

Referências


FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 8°ed. São Paulo: Paz e Terra,1996.


KISHIMOTO. TizukoMorchida:Jogos, brinquedos, brincadeiras e educação. 4° edição, São Paulo: Cortez.2000.


MACHADO, T. L. Educação Montessori: de um homem novo para um mundo novo. São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais, 3°edição, 1986.


MONTESSORI, Maria: Pedagogia Cientifica. São Paulo: Flambayant, 1965.


RABELO, Laudemira Silva. Estruturas E Regras Para Elaboração De Artigos Científicos.




Material dourado. http://abcbrinquedos.com.br/produto.php?p=132. Acessado em 24/09/2013 às 16h 14min.


Um comentário:

  1. Olá! Gostei muito do artigo, estão de parabéns. Gostaria de utilizá-lo como referência bibliográfica pode me dizer a data de publicação?

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